08/02/2025

Granja de ovos em Cascavel. Foto: Rodrigo Felix Leal/AEN

Produção de ovos do Paraná cresce 72% em uma década e mercado segue em expansão

A produção de ovos no Paraná cresceu cerca de 72% na última década, reforçando o protagonismo do Estado na produção de proteína animal.

O Estado saltou de 252,3 milhões de dúzias para 434,1 milhões de dúzias no período entre 2013 e 2023, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que dá cerca de 1,2 milhão de dúzias por dia. Os números levam em conta tanto a produção de ovos diretamente para consumo, quanto de ovos incubados para criação de frangos de corte, setor que o Paraná lidera nacionalmente.

Esse incremento levou o Paraná a assumir em dez anos o posto de segundo maior produtor de ovos do Brasil, ultrapassando Minas Gerais. Em 2013, São Paulo liderava a produção com 819,1 milhões e Minas Gerais aparecia em segundo com 277,4 milhões. O primeiro colocado continua sendo São Paulo, que produziu no ano passado 1,1 bilhão de dúzias de ovos, mas o Paraná já está em segundo, com Minas Gerais fechando 2023 com 372 milhões de dúzias. A produção paranaense representa 10,3% da produção nacional. Fatia que há dez anos era de 9,2%.

A produção de ovos do Paraná foi a que mais cresceu em todo país ano passado, com todos os trimestres fechando com marca superior a 100 milhões de dúzias (a primeira vez que ultrapassou essa marca foi no segundo trimestre de 2022). O incremento foi 7,1% em relação a 2022 (405,3 milhões). O segundo estado cuja produção mais subiu em 2023 foi Minas Gerais, com aumento de 2,3%. A alta paranaense foi inclusive maior do que a média brasileira, que ficou em 2,7%. O país saltou de 2,7 bilhões para mais de 4 bilhões em dez anos.

OVOS INCUBADOS – Um dos principais fatores que puxa para cima a produção de ovos no Paraná é a criação de frangos para abate – setor em que o Estado é líder nacional com 2,3 bilhões de aves produzidas em 2023, representando 34,3% do mercado brasileiro. O Estado é líder na criação de ovos para incubação, com 242,9 milhões de dúzias produzidas ano passado, representando 25,4% do mercado nacional.

Esse mercado tem recebido grandes investimentos. A Lar Cooperativa inaugurou em março deste ano a expansão da maior incubadora de ovos da América Latina, em Itaipulândia, no Oeste do Estado. Com investimento de R$ 80 milhões, a unidade passou a incubar 20,1 milhões de ovos por mês, quase o dobro do volume com o qual operava desde a inauguração da incubadora em 2017.

“Somos grande produtores de genética de ovo porque somos o maior produtor de frangos do Brasil. E o pintainho é, depois da ração, o principal insumo desse mercado”, explica Roberto de Andrade Silva, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

A avicultura como um todo gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Paraná. São mais de 19 mil aviários e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses, segundo o Sindiavipar.

OVOS PARA CONSUMO – No mercado de ovos para consumo, o Paraná ocupa a oitava colocação no ranking nacional. Em 2023, o Estado produziu 191,2 milhões de dúzias, correspondendo a 5,6% do mercado nacional. Esse volume representou crescimento de 2,7% na produção de ovos para consumo em relação ao ano de 2022.

Para o presidente da Associação Paranaense de Avicultura (Apavi), Tohoru Furukawa, a produção paranaense de ovos para consumo vem atravessando um bom momento por dois fatores. Primeiro, o cenário que desmistificou o ovo como vilão da alimentação, aumentando a presença nas refeições.

O segundo ponto que vem ajudando bastante o setor é a queda no valor dos insumos após o boom dos preços na pandemia. “Isso vem dando margem ao produtor, ajudando muito a nossa balança”, aponta Furukawa.

O presidente da Apavi afirma que os preços das commodities utilizadas como insumo na produção de ovos, em especial a soja e o milho, ainda não retornaram para o patamar pré-pandemia. Mesmo assim, o mercado vem se equilibrando. Como comparativo, em 2019 uma carga de 15 mil quilos de milho custava em torno de R$ 8 mil. No pico da pandemia de Covid-19, quando os preços das commodities dispararam, chegou a R$ 27 mil. Agora, a mesma carga de milho custa em torno de R$ 15 mil.

Tal cenário tem permitido a alguns produtores investirem em suas propriedades. É o caso de Arnaldo Cortez, proprietário da Granja Avícola Cortez, em Cruzeiro do Sul, no Noroeste do Paraná.

Até o fim do ano, ele planeja aumentar em 10% as atuais 3,3 mil dúzias que produz com 50 mil galinhas. Para isso, calcula um investimento entre R$ 250 mil e R$ 300 mil na propriedade de 3,75 alqueires e que já tem 14 funcionários.