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Antonina é uma cidade litorânea e portuária de pouco mais de 20 mil habitantes. Ela foi tombada em 2012 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por seus valores extemporâneos à humanidade. Os principais atrativos são o centro histórico, a estação ferroviária e a Ponta da Pita, pequena faixa de praia do município.
Os primeiros vestígios de ocupação na cidade são de 1648, ou seja, ela completará 372 anos em 2020, mas o município celebrará 223 anos, o aniversário de emancipação de Paranaguá.
É uma cidade marcada pelo ciclo da escravidão africana, mesmo que o assunto ainda reserve tabus e senões. Quem guarda essas marcas, direta e indiretamente, são suas três igrejas.
A Igreja do Bom Jesus do Saivá teve sua construção iniciada provavelmente entre 1789 e 1817, quando a mulher do capitão-mor Manoel José Alves fez uma promessa de construir uma capela dedicada ao culto do Senhor Bom Jesus se obtivesse a graça de ser curada de uma enfermidade. Com a esposa curada, ele pediu que os escravos construíssem a bendita igreja.
Em decorrência da culpa por impor ritmo de trabalho forçado, ele pediu para ser enterrado na soleira da porta principal assim que morresse.
Alguns anos depois a família achou que ele já tinha cumprido a penitência e transferiu os restos mortais um pouco mais para o lado.
A Igreja de Nossa Senhora do Pilar (matriz) foi construída no topo do Centro, na beira da baía de Antonina, com visão privilegiada para a vizinha Paranaguá e os canais onde mar e rio são uma coisa só.
A construção foi autorizada pelo mesmo Manoel José Alves a partir dos apelos de duas irmãs muito devotas. No começo da história de Antonina, apenas os brancos podiam frequentar as missas naquele local.
Com a exclusão social, restou aos escravos a Igreja de São Benedito, construída por eles mesmos em 1824, mais de 60 anos antes da abolição da escravatura (1888), e que funcionou como refúgio na cidade.
Eles replicaram a arquitetura da igreja que não podiam frequentar, a Pilar.
A cidade também tem registros históricos de um pelourinho (local onde os escravos eram punidos) e já vivenciou a separação dos negros e dos brancos por um portão no marco zero da Serra da Graciosa.
CULTURA –
Um passeio a pé pelo Centro de Antonina também desvela a história do Armazém Macedo, que “estocou” a memória da culinária local –
ele passa por um processo de restauração; do mercado municipal, o ponto de encontro do desenvolvimento econômico da cidade; do Palacete Atlante (hoje um hotel), construído em 1910 e que, à época, trazia as iniciais da esposa do dono nas portas; e do busto de Getúlio Vargas, em homenagem aos cinco escoteiros que foram até o Rio de Janeiro para conseguir autorização do presidente para a continuidade da navegação de cabotagem, fundamental para a cidade no século passado.
Há, ainda, um chafariz presenteado por uma família de Santos; um canto botânico apelidado de Havaí na Praça Coronel Macedo, onde os casais namoravam depois de assistir filmes americanos no Theatro Municipal; e uma boca maldita, onde figurava a antiga rodoviária, e que atualmente serve para os locais narrarem causos da vida alheia.
Na Avenida do Samba estão o Theatro Municipal do século XIX (também sob processo de restauração), a Escola Técnica Dr. Brasílio Machado e a casa de Belarmino e Gabriela, onde hoje funciona uma hamburgueria.
Paralelamente, em direção ao mar, estão a casa de Caetano Munhoz da Rocha, a prefeitura municipal que hospedou Dom Pedro II, Olavo Bilac e Santos Dumont, e a Pharmacia Internacional que preserva a mobília original e tem as paredes recheadas de fotos de personalidades caiçaras.
Antonina ainda é sede de um grande complexo desativado das indústrias Matarazzo, que chegou a ser uma das maiores empresas da América Latina no século 19.
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